Professores com deficiência em sala de aula

Categoria: Ciências Sociais Aplicadas Subcategoria: Educação

Este artigo foi disponibilizado diretamente pelo autor e ainda não passou por revisão editorial.

Submissão: 06/02/2025

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PAOLA CARDOSO

Curriculo do autor: Estudante de letras língua portuguesa

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Resumo

Durante muitos anos era muito difícil pessoas com deficiência sejam físicas, motora, baixa visão entre outras deficiências conviverem com as outras pessoas isso por que a maioria delas eram consideradas até hoje como incapazes de trabalhar, estudar, conviver em sociedade com outras pessoas, além disso, as pessoas consideradas normais, não davam oportunidades para as outras a questão que muitas delas se perguntavam era como uma pessoa com deficiência poderia se tornar uma médica, um professor, doutor etc.. A luta por um espaço na sociedade como um todo era bastante difícil pois a questão de lutar contra o preconceito de outras pessoas por conta da diferença de ambas as classes.

Palavras-Chave

Pessoas com deficiência, conviver em sociedade, estudar, trabalhar, incapazes de trabalhar, oportunidades, professores com deficiência

Abstract

People with disabilities, living in society, studying, working, unable to work, opportunities, teachers with disabilities

Keywords

People with disabilities, living in society, studying, working, unable to work, opportunities, teachers with disabilities

Ser um professor com deficiência é um desafio muito grande pois, as vezes algumas dessas pessoas lutam contra esse tipo de preconceito e questões da sociedade isso por que a relação entre professores e pais de alunos se torna uma espécie de preocupação por exemplo: se um professor usuário de cadeira de rodas a dúvida seria como esse professor poderia dar aula e escrever no quadro ou como um professor com deficiência visual poderia escrever essa dúvida é muito recorrente até hoje a interação entre professores e alunos e fundamental para que se construa uma relação afetiva. Com toda a capacidade de passar conhecimento e aprender com seus alunos .

De acordo com a legislação federal vigente no Brasil, Decreto n° 7.853/89 e o Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei n° 13.146/05, são consideradas pessoas com deficiência aquelas que possuem um distúrbio de caráter permanente. A partir de 2001, através da Resolução CNE/CEB N° 02, que institui as Diretrizes Nacionais para a educação de alunos que apresentam necessidades educacionais especiais na Educação Básica, fica assegurado o direito de acesso à educação especial desde o início da educação infantil, obrigando o atendimento educacional especializado ao estudante, caso seja necessário, no âmbito do ensino público e privado. Dessa forma, pode-se notar que, apesar das precárias condições em que se encontra o sistema educacional brasileiro e de algumas escolas não praticarem o que determinam as leis, inúmeras conquistas foram alcançadas no aspecto regulamentar, no sentido de garantir educação inclusiva de iguais direitos aos que necessitam ser assistidos diferenciadamente. A diferença (vem) do múltiplo e não do diverso. Tal como ocorre na aritmética, o múltiplo é sempre um processo,

 uma operação, uma ação. A diversidade é estática, é um estado, é estéril. A multiplicidade é ativa, é fluxo, é produtiva. A multiplicidade é uma

 máquina de produzir diferenças – diferenças que são irredutíveis à identidade. A diversidade limita-se ao existente. A multiplicidade estende e

 multiplica, prolifera, dissemina. A diversidade é um dado – da natureza ou da cultura. A multiplicidade é um movimento. A diversidade reafirma

 o idêntico. A multiplicidade estimula a diferença que se recusa a se fundir com o idêntico (Silva, 2000, p.100-101).

O reflexo desse pensamento no ambiente educacional poderia ser percebido na diversidade de situações advindas da pseudoestratégia de

 inclusão que, apesar de tantas particularidades visíveis da pessoa com deficiência, insiste em tratar diferenças de forma igualitária e única,

 levando em consideração estudantes, e não docentes, sempre o público-alvo. Nesse sentido, Deleuze (2006) questiona que “não se pode mais

 continuar apegado à oposição entre um universal puro e particularidades encerradas em pessoas, indivíduos ou Eus. Não se pode continuar

 apegado a essa distinção, mesmo e principalmente, quando se tenta conciliar os dois termos, completá-los entre si” (Deleuze, 2006, p.178).

 O preconceito vivido por esses professores é forma de lutar contra qualquer tipo de limitação e incapacidade de construir um futuro ou seja a

luta por um espaço na sociedade ultrapassando barreiras e evoluindo em suas perspectivas realizações se dedicando e ajudando aqueles que precisam 

Nesse sentido, Deleuze (2006) questiona que “não se pode mais continuar apegado à oposição entre um universal puro e particularidades encerradas em pessoas, indivíduos ou Eus. Não se pode continuar apegado a essa distinção, mesmo e principalmente, quando se tenta conciliar os dois termos, completá-los entre si” (Deleuze, 2006, p.178).

Dentro desse contexto de diferenças, Josso (2007) conta que trabalhar questões pessoais do eu ser, por meio de análises e interpretações de sua história, permite evidenciar no sujeito suas variadas formas de identidade ao longo da vida. Apoiado em Josso (2007), partimos do pressuposto de que refletir sobre a importância da inclusão de professores com deficiência nas salas de aula, conduz ao resgate do passado sobre as várias maneiras de ser e agir a partir do meio em que eles estão inseridos e, principalmente, sobre as necessidades que carregam ao longo do trabalho como docente.

Os indivíduos com deficiência são vistos como “doentes” e incapazes, sempre estiveram em situação de maior desvantagem ocupando, no imaginário coletivo, a posição de alvos da caridade popular e da assistência social, e não de sujeitos de direitos sociais, entre os quais se inclui o

 direito à educação (Mazzotta, 2005). Tal fato é nítido se levarmos em consideração os termos empregados historicamente quando remetido às

 pessoas com algum tipo de limitação.

Mesmo com todo o aparato legal que representa um grande avanço no sentido de garantia de direitos das pessoas com deficiência, infelizmente, porém, não podemos dizer que solucionamos o problema da exclusão. A inclusão educacional vai além de aprovação de leis ou preparar instituições de ensino. É mais conceitual que legislativa, é mais reflexiva que estrutural (Sassaki, 2010). A inclusão escolar pode ser percebida

 como um devir humano e não como um modelo a ser implantado. Nessa perspectiva dos movimentos pessoais de mudanças, Deleuze e Guattari (1997) afirmam que

 

Um devir não é uma correspondência de relações. Mas tampouco ele é uma semelhança, uma imitação e, em última instância, uma identificação. (…) O devir não é uma evolução, ao menos uma evolução por dependência e filiação. O devir nada produz por filiação; toda filiação seria imaginária. O devir é sempre de uma ordem outra que a da filiação. Ele é da ordem da aliança” (Deleuze; Guattari, 1997, pág. 18-19).

Ressaltamos ainda que um ponto a ser considerado sobre a pessoa com deficiência fora do mercado formal de trabalho seria a escassez de ações concretas que permitam uma qualificação profissional adequada, uma habilitação/reabilitação/readaptação eficientes e estímulos econômicos que propiciem contratação por escolas privadas. No que tange à reinserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho e a oferta de emprego, os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho apontam um crescimento na quantidade de empregos formais. Foram contabilizados 441,3 mil vínculos empregatícios, 5,5% a mais do que no ano anterior.

A despeito destes números e estatísticas, a prática da inclusão social só foi possível a partir da regulamentação da Lei n° 7.853/89, a qual dispõe

 sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência e sua integração social; do Decreto n° 3.298/99, o qual regulamenta a Lei anterior; e a Lei n° 8.213/91, que institui um percentual de cotas para a contratação de pessoas com deficiência em empresas. A partir dessas regulamentações, foi possível assegurar a inserção no mercado de trabalho, mesmo que em pequena escala.

Para Gonçalves e Nardi (2016, p.1066), a pesquisa narrativa “se ocupa com a vida, a compreensão de experiências vividas, situadas no tempo e no espaço e expressas por unidades narrativas, fragmentos de histórias vividas e relatadas”. Assim, é possível enfatizar a importância dada às apropriações das experiências vividas que o sujeito constitui e em que se constitui, além de abordar as relações e a narrativa como princípios analíticos, propiciando indivíduo o papel de ator e autor de sua própria história.

Assim, investigar narrativas de vida encontra-se na previsibilidade do enlace social, cultural e histórico do sujeito, a partir de uma memória e um imaginário pessoal sensível, capaz de seduzir, de tocar emocionalmente, de falar, de interpelar outras consciências ou, ainda, de convencer racionalmente, permitindo a autenticidade da criação de si, levando em consideração diferentes formas do sensível nos processos formativos (JOSSO, 2007).

Compreendemos, portanto, que o professor com deficiência se apresenta subjetivamente como um exemplo de superação diária, ultrapassando barreiras criadas e postas por uma ideia de normalidade social. Mais ainda, através de suas experiências pessoais, pode não apenas estimular, mais também levar os alunos a uma reflexão acerca do que seria de fato uma sociedade verdadeiramente inclusiva, proporcionando um pensa através do próprio olhar (Jodelet, 2007).

Vale ressaltar que, devido ao olhar preconceituoso de muitos, a primeira atitude é o desrespeito. Não é admitido que exista limitação ao professor que vá orientar, ensinar. E, para inverter esse quadro mostrando o equívoco nas primeiras conclusões, é primordial um apoio técnico e humanos. Mais que isso, que o professor com deficiência não se utilize dessa diferença para manipular ou coagir os alunos a fazer coisas, mas mostrar que ajudar e ser solidários ao próximo é o que podemos fazer em qualquer tempo, e não apenas às pessoas que se movem, olham ou parecem diferentes.

Não há agenciamento maquínico que não seja agenciamento social de desejo, não há agenciamento social de desejo que não seja agenciamento coletivo de enunciação […]. E não basta dizer que o agenciamento produz o enunciado como o faria um sujeito; ele é em si mesmo agenciamento de enunciação num processo que não permite que nenhum sujeito seja assignado, mas que permite por isto mesmo marcar com maior ênfase a

 natureza e a função dos enunciados, uma vez que estes não existem senão como engrenagens de um agenciamento semelhante (não como

 efeitos, nem como produtos). […] A enunciação precede o enunciado, não em função de um sujeito que o produziria, senão em função de um

 agenciamento que converte a enunciação na sua primeira engrenagem, junto com as outras engrenagens que vão tomando o seu lugar

 paralelamente (Deleuze; Guattari, 1976, p. 147-152).

Para Guattari e Rolnik (2000), no entanto, a noção de subjetividade não pode ser resumida ao âmbito da pessoalidade do sujeito, mesmo que seja a linha em que se desenvolvam futuramente fazendo com que exista a possibilidade de diferentes tipos de “individuações”. O autor frisa que

uma coisa é a individuação do corpo. Outra é a multiplicidade dos agenciamentos de subjetivação: a subjetividade é essencialmente fabricada e modelada no registro do social… um indivíduo sempre existe, mas apenas enquanto terminal; esse terminal individual se encontra na posição de consumidor de subjetividade. Ele consome sistemas de representação, de sensibilidade, etc., os quais não tem nada a ver com categorias naturais universais (Guattari; Rolnik, 2000, p. 40-41).

A estudante de letras língua portuguesa e futura professora Paola Costa da Silva Cardoso  ( Eu) relata sua experiência como professora estagiária onde fez seus primeiros estágios do curso de Letras língua portuguesa. 

” minha experiência como estagiária durante um mês em cada instituição foi muito importante para minha carreira profissional futura eu sempre quis saber como seria ser professora com deficiência a área de língua portuguesa eu sempre gostei de estudar sempre tive interesse em saber como seria dar uma aula e quando comecei meus estágios dentro da sala de aula fiquei um pouco nervosa mais eu tive muitas pessoas que dentro da escola me orientaram não só os professores da escola onde eu fiz meus estágios como meus professores da faculdade e ex professores da escola ” ( Cardoso. S. C. Paola, 2025).

Quando comecei na faculdade de Letras me senti muito feliz foi onde eu pude construir meu espaço na graduação tenho orgulho de ter escolhido essa área, muitas pessoas me perguntam como é ser professora com deficiência dentro da sala de aula, como os alunos e outros professores me tratam ser uma professora com deficiência motora mostra para a sociedade que eu posso ter capacidade de realizar um sonho. Cada um de nós sendo professores ou de área diferente tem sua perspectiva de trabalho com muita dedicação e superação. 

 

 

 

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

PAOLA COSTA DA SILVA CARDOSO (ORCID 0009-0006-0326-6498) . Professores com deficiência em sala de aula. Disponível em: https://revistadifatto.com.br/artigos/professores-com-deficiencia-em-sala-de-aula/. Acesso em: 13/12/2025.